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Prevenção de queimaduras em tempos de COVID-19

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Devido à rápida propagação da COVID-19 em vários países do mundo a ANVISA revogou provisoriamente em março a Resolução que restringia o acesso ao álcool etílico líquido à 70%, liberando a sua comercialização. 

 

O produto tem sido facilmente encontrado nos mercados e desde então há vários relatos de aumento de lesões por combustão de álcool. 

 

Durante a pandemia houve aumento significativo da utilização de álcool a 70%, embora lavar as mãos com água e sabão seja eficaz para matar os vírus que possam estar nas mãos ou em outra parte do corpo. 

 

Cabe lembrar que o álcool 70% é um produto inflamável, tanto na sua versão líquida como na versão em gel, que deve ficar afastado do fogo e do calor. 

 

Especialistas chamam a atenção para a necessidade de redobrar os cuidados com a presença do álcool a 70% no domicílio para prevenção de acidentes, especialmente com crianças, e ressaltam o detalhe de que a chama é praticamente invisível após a combustão do álcool em gel e a vítima acaba percebendo somente quando a queimadura já está acontecendo. 

 

Atualmente também nos deparamos com outro problema, que é a venda do produto fabricado de forma irregular, que também contribui para o aumento do número de acidentes. É preciso deixar claro que a OMS nunca divulgou nenhuma receita para fabricação caseira de álcool em gel.

 

Em tempos de COVID-19 é fundamental lembrar-se do risco envolvido na necessidade de atendimento médico emergencial da vítima queimada, que está vulnerável, em um ambiente já tão sobrecarregado com pacientes em tratamento para a COVID-19. Se um paciente queimado contrai o coronavírus, o tratamento torna-se ainda mais difícil.

INFORMAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS – Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes continuam sendo a principal causa de morte entre um e 14 anos de idade. O número de óbitos de menores de 14 anos foi de 3.661 em 2017. Além disso, foram hospitalizados 111.555 indivíduos nesta mesma faixa etária em 2018. Desse total, as queimaduras foram responsáveis por 5,9% dos óbitos em 2017 e representaram 18,4% de todas as internações por acidentes em 2018.

MANTENDO A SEGURANÇA - Em geral, as peculiaridades das queimaduras em crianças estão associadas ao fato delas serem naturalmente mais curiosas e interessadas em explorar o ambiente. No entanto, por não reconhecerem os riscos com clareza, é fundamental a orientação e supervisão constante de um adulto responsável. A maioria dos acidentes envolvendo crianças até o final da idade escolar ocorre em sua própria residência e a cozinha é o local onde mais frequentemente acontecem as queimaduras. Para evitar essas intercorrências, a SBP recomenda as seguintes medidas:

Como manter o ambiente doméstico seguro – medidas preventivas

 

Nesse cenário desafiador, o melhor sempre é a prevenção, portanto recomenda-se:

 

Prevenção de queimaduras térmicas

 

Escaldamento:

 

• Não segurar e nem manusear líquidos quentes com uma criança no colo;

• Não deixar copos com líquidos quentes próximos de bebês; 

• Teste a temperatura da água do banho com o cotovelo antes de colocar o bebê na água.

 

Contato com fogo e chama:

 

• Permanecer em casa e treinar com as crianças a lavagem correta de mãos com água e sabão, reservando o uso do álcool em gel para a necessidade absoluta de ter que ir na rua;

• O uso de álcool em gel só deve ser feito com a supervisão de um adulto e quando não for possível o acesso à água e sabão para higienização das mãos; 

• Embalagens para álcool e fósforo são certificados pelo Inmetro, portanto só compre produtos que venham com o selo do Inmetro;

• Nunca passar álcool em gel e ir manusear o fogão, churrasqueira, cigarros, fósforo ou isqueiro;

• Evitar usar álcool para limpeza doméstica habitual. Há produtos que o substituem, como o hipoclorito de sódio, que é um desinfetante de superfície eficaz contra o coronavírus e não é inflamável;

• Guardar velas, fósforos, isqueiro e substâncias inflamáveis protegidos do alcance das crianças;

• Mantenha crianças longe de aquecedores, de lareira, de fogueira e de fogos de artifício;

• Não se deve permitir que crianças brinquem com fogo;

• Não deixe crianças se aproximar ou mexer em botijões de gás.

- Prevenção de queimaduras químicas 

  • Manter produtos tóxicos fora da visão e do alcance. Devem ser trancados em local seguro e nunca transfira produtos tóxicos para embalagens atrativas, como garrafas de refrigerante (mantenha em suas embalagens originais);

  • Nunca deixar ao alcance de crianças pilhas e baterias.

- Prevenção de queimaduras elétricas 

  • Usar protetores de tomada em todas as tomadas que não estão sendo usadas;

  • Dentro do possível, encostar os móveis, escondendo as tomadas;

  • Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma tomada e evite usar benjamins ou extensões.

  • Manter fios fora do alcance das crianças;

  • Não deixe uma criança brincar com objetos metálicos que possam ser introduzidos em tomadas elétricas;

Primeiros socorros

 

• Abordagem imediata no local: em primeiro lugar é importante que os pais se mantenham calmos, pois é essencial minorar o efeito da queimadura em tempo oportuno e cuidados adequados. 

 

Deve-se fazer o resfriamento da área lesada debaixo de água corrente fria (não é gelada) por vários minutos, retirar bijuterias ou joias que possam estar pressionando a região, antes que ocorra edema, medicar com analgésico para alívio da dor, e em seguida cobrir a queimadura com um pano ou toalha (limpa) e se dirigir para a emergência.

 

• Em caso de incêndio peça a criança que se abaixe, coloque um pano molhado em frente ao nariz e a boca e saia do ambiente se arrastando por debaixo da fumaça.

 

• Se a roupa estiver em chamas: instruir a criança a deitar e rolar no chão18 e se possível envolver a roupa com um casaco ou toalha ou cobertor para abafar e orientar que jamais deve sair correndo. • A lesão inalatória é sempre considerada grave, elevando significativamente a taxa de mortalidade!

 

ATENÇÃO! 

– Nunca fure as bolhas;

– Não utilize gelo nas lesões;

– Não passe nenhuma substância no local e nenhum tipo de produto caseiro como sugere a crença popular, como pó de café, clara de ovo, pasta de dente ou banha, pois além de não ajudar, existe um potencial para complicações infecciosas; 

– Não toque com as mãos a área afetada.

 

• Nas queimaduras químicas, deve-se remover a substância lavando com grande quantidade de água por pelo menos 20 minutos.

• A suspeita de ingestão de substância corrosiva é uma emergência médica.

• Nas queimaduras elétricas não toque na vítima antes de desligar a energia elétrica e busque socorro imediato porque em geral são quadros graves.

Fonte: Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

valor. cuidados de qualidade. conveniência.

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